Copa 2018: O triste fim brasileiro nas quartas de final ​

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Neymar-brasil-belgica-Buda Mendes_Getty Images
Carta ao meu pai: Rômulo Freire (in Memorian)
O triste fim brasileiro da Copa de 2018: quartas de final
por Freire Neto – Jornalista Profissional e torcedor

Copa 2018: O triste fim brasileiro nas quartas de final ​. Oi Pai, hoje é terça-feira (10/07/2018), mas o Brasil não vai disputar a semifinal da Copa da Rússia com a França. Pois é. Perdemos para a Bélgica nas quartas de final, sexta-feira (06/07). Em 39 anos, essa é a nona Copa do Mundo que tenho lembrança e convívio. Em meio a decepções e tristezas, tivemos duas grandes alegrias (1994 e 2002), mas essas derrotas são de lascar. Vivemos uma época bem delicada e complexa, e de muitas mudanças. Agora, pai, não se pode falar ou escrever tudo o que pensamos, sob o risco de represálias, censura, processos. Mas enfim, vou eternizar meus sentimentos, lembrando do senhor e expressando meus pensamentos.
Não podemos eleger vilões ou culpados, não estávamos lá dentro do grupo ou conhecemos pessoas na Seleção, mas podemos externar nossa opinião. Não é verdade? Primeiro, a Bélgica está apresentando um futebol eficiente. E para completar, “Uoston”, eles têm 3 caras fora de série, ou melhor, 4. O goleiro Courtois, o centroavante “origem” forte e inteligente, Lukaku; e dois meiocampistas fora de série: Hazard e De Bruyne. Esses dois acabaram com o Brasil. O pobre do Fagner deve sonhar com o camisa 10 da Bélgica todos os dias até o fim da sua vida. E o Maestro De Bruyne, é um meio-campo clássico. Era o maestro dos contra-ataques e responsável pelo segundo gol aniquilador de Canarinho. Realmente, os belgas foram quase perfeitos diante do Brasil e bem mais eficientes.
Hazar, Bélgica, foi perseguido durante todo o jogo por Fagner (Brasil): Foto: Xinhua_Du
Hazar, Bélgica, foi perseguido durante todo o jogo por Fagner (Brasil): Foto: Xinhua_Du
De Bruyne fez o segundo gol da Bélgica e comandou livremente os contra-ataques belgas diante do Brasil_Getty Images
De Bruyne fez o segundo gol da Bélgica e comandou livremente os contra-ataques belgas diante do Brasil_Getty Images
Mas, pai, vou te falar da nossa seleção. Longe de ser o futebol de resultados de 94, ou de ter a genialidade de 2002. Mas era um time organizado e com boas peças. Com alguns fora de série. Tenho certeza, que se o Senhor fosse vivo, odiaria o Neymar. Lembra dele no Santos? Joga muito, mas criou uma antipatia nunca vista antes no mundo. Um “menino” com 26 anos, que não pode ser criticado e criou uma imagem muito negativa perante os árbitros e adversários – ator e cai cai. Era o nosso camisa 10. Tentou vários jogadas, sem sucesso e até um chute fenomenal, mas Courtois estava lá. Deu assistência, ou tentou, pro Coutinho, que sem inspiração jogou longe nossas chances de classificar. Neymar precisará amadurecer e evoluir dentro e fora de campo para ser decisivo e líder de um time ou seleção.
Neymar-brasil-belgica-Buda Mendes_Getty Images
Neymar-brasil-belgica-Buda Mendes_Getty Images
Tínhamos um camisa 9, apelidado de “Falso 9”, ou melhor disciplinado taticamente. Um centroavante que não fez gol na Copa da Russia, mas que para o treinador e muitos críticos foi perfeito “para o time”. Marcava e roubava bolas. Uma espécie de volante adiantado. Teve 5 jogos, mas não fez gols. Detalhe, pai, o Firmino do Liverpool sempre que entrava, deixava o seu ou ajudava no ataque. Mas até ele, não foi bem na partida derradeira de 2018. Sucumbiu diante dos gigantes belgas.
Sentimos falta do inspirado Daniel Alves, cortado ainda em maio, quando se contundiu. E não tínhamos várias peças de reposição importantes para Copa 2018. O Tite, aquele do Grêmio e do Corinthians, lembra? Apostou em Fred (machucado), Renato Augusto (que se recuperou na Copa e estava nitidamente fora de forma e sem ritmo adequado) e num tal de Taison. Fred e Taison foram fazer turismo. O Renato Augusto até entrou bem diante da Belgica, fez um gol e tudo mais. Nos deu esperança de quem sabe levar a partida para a prorrogação e pênaltis, recebeu a bola do empate sozinho diante de Courtois e mandou pra fora. Dentro da grande área.
Courtois-defesaneymar-EFE-copa18-950
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Não era dia de Brasil na Copa 2018 da Rússia naquela sexta 6 de julho de 2018. Dia em que mais uma vez, o Brasil perdeu por suas falhas e falta de concentração. O primeiro gol belga foi uma falha do time, após escanteio. Gabriel Jesus e Fernandinho se confundiram, a bola resvalou no volante de origem, e o goleiro galã não evitou o pior. É, não tínhamos um goleiro fora de série. E para mim, para ser campeão, todo time ou seleção precisa ter um Super Goleiro. Aquele cara que quando exigido, opera milagres. E nós, tínhamos um goleiro normal. Mediano.
Da torcida, Casemiro (volante) viu a nossa desclassificação sem nada poder fazer. Foi um dos destaques desse time, mas estava fora por ter levado o segundo cartão amarelo diante do México. O mago Marcelo e o gênio Phillipe Coutinho tentaram, mas não conseguiram transformar as chances e genilidades em gol. Triste demais para um povo sofrido e explorado, que ao menos no futebol, tentava ter alegrias. Honra ao mérito aou elétrico Douglas Costa. Mostrou garra e vontade durante todos os minutos que teve a oportunidade de jogar. Tite, se continuar, vai precisar repensar muita coisa e se quiser evoluir e ser campeão do mundo com o Brasil, precisará aprender com os erros e teimosias.
Renato Augusto fez o gol brasileiro diante da Bélgica Toru Hanai-Reuters -
Renato Augusto fez o gol brasileiro diante da Bélgica Toru Hanai-Reuters –
Começaremos a acertar quando entendermos que erramos e reconhecermos os verdadeiros erros. Corrigindo-os e pensando realmente na Meritocracia de verdade. Jogam os melhores e não se ganha Copa do Mundo individualmente. A renovação precisa acontecer e os “perebas” que não merecerem não devem nem passar perto da Seleção. Bom, pai, França x Bélgica; Inglaterra x Croácia decidem a Copa do Mundo da Rússia. Para mim a Copa acabou sexta-feira. E vamos a luta. Sempre em frente e que vença o mais eficiente, merecedor e competente. Senta a Pua! e até outro dia. Saudades. Te amo.

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